domingo, 22 de junho de 2014

A Bruxa e o Inquisitor



Era uma noite fria e escura, primeira noite de lua cheia, na pequena e pacata vila de Filan.
Estava tudo normal, ate 03h00min da manha quando um barulho de acidente de carro muda a rotina da Rua Maremotriz. Os moradores acordam assustados, vão as janelas vêem o que aconteceu, mas o estranho era que não tinha nenhum carro, nenhum acidente, ninguém na rua. Os moradores se
olham entre as janelas e voltam a dormir.

Na manhã seguinte os murmúrios sobre tal acontecimento tomam conta da
rua. Os comentários chegam aos ouvidos do morador mais velho da vila
Jerry, um velho de aproximadamente 90 anos.

-Senhor Jerry, você soube o que aconteceu?- pergunta um menino da vila
ao entrar na sala de sua casa.

-Não meu jovem, o que houve?

-Às três da manhã, meu pai levantou da cama, foi à sala. Estava no meu
quarto ouvi um som alto de um acidente grave de carro, o pai mandou
ficar na cama, não demorou muito ele voltou, eu perguntei a ele o que
houve e ele me disse que nada. Mas eu ouvi atrás da porta quando ele
ficou a sós com a mãe e disse que não tinha nenhum acidente. Que o
barulho fora real, mas não tinha ninguém na rua, nem um gato se quer.
Jerry já presenciara a mesma cena quando tinha a mesma idade do garoto,
mas fingiu não saber de nada.

- Não soube desse fato meu jovem, é algo realmente estranho. Mas não
comentaremos mais nada sobre tal assunto. Volta a brincar com seus
amigos vai. -fazendo um gesto com a mão pra ele sair.

Novamente naquela noite na mesma hora o mesmo fato com o acréscimo de
gritos desesperados, novamente os moradores vão às janelas e ficam com
medo e receosos, mas nenhum se encoraja sair da casa. Mas tarde neste dia
um dos chefes da vila vai ate o Jerry considerado o ancião.
-Jerry temos que conversar você sabe o que esta acontecendo, não pode omitir isso.
Jerry fumando um cachimbo deu algumas tragadas.

-Meu caro Dennis, você sabe que isso não vai parar, não posso fazer
nada!

-Mentira! Você pode e você sabe, por que não quer parar com isso!?

-Não tenho autoridade.

-Autoridade com que?

-Não sei. Exatamente, não posso ajudar por que não sei com o que estamos
lhe dando.
-Seu velho inútil, não quer nos ajudar, pois não nos ajude!

Dennis sai da sala e bate a porta.

Chega a casa alterado, sua mulher percebe.

-O que ele disse?

-Nada, não vai nos ajudar!

-Por quê?

- Porque ele é um velho inútil! Não vou ficar esperando ele tomar uma
atitude ficarei na frente da casa e vou descobrir o que é isso!

Dito e feito, Dennis pega um cadeira, coloca na frente da casa, faz um
café forte, pega um rifle e fica esperando.

Noite escura, nenhum barulho, nem um gato no meio da rua, nem cigarras
cantando. Com o silêncio Dennis adormece, por volta das 03:00 as luzes da
rua apagam, um barulho de um carro freando bruscamente, em seguida uma
batida, uma explosão, escuta-se uma porta de carro abrindo e gritos, as
luzes acendem novamente e os gritos cessam.

Dennis acorda assustado o fato passa em segundos, ele não viu nada. Fica
procurando alguma pista, mas não encontra, desiste e volta ao seu
posto.
Cedo da manha, Jerry estava na Rua Maremotriz chega perto de Dennis.

- Hei acorda
.
Dennis se assusta, olha pra Jerry.

- O que você veio fazer aqui, Jerry?

-Ouvi o que aconteceu ontem, não sei como posso ajudar, mas sei da
estória.

- Sabe e vai me contar?
- Dennis começou a juntar suas coisas e entra em
sua casa, Jerry indo atrás.

-Vou se você me oferecer um café.

- Sente-se, já faço o seu café.

Jerry sentou-se a mesa, em instantes seu café estava pronto.

-Conta-me Jerry, o que esta havendo?
- juntando-se a mesa.

-Há 80 anos, quando tinha a mesma idade de seu filho, ocorreu o mesmo
fato, meu pai me contou a estória.

-E qual é o conto dessa vez?-Na voz de Dennis tinha certo tom de
sarcasmo.

-Bom Dennis, conta à lenda que no século XIV, no auge da inquisição
havia uma bruxa que morava nesta vila, que na época era um simples
vilarejo. Como todos sabem as bruxas eram perseguidas, mas esta não se
deu por vencida e muito menos se deixou ser pega facilmente.
-Qual foi o crime dela?

-O crime? Ser ela mesma diante de todos e desafiava a lei da igreja
chegando a envenenar um padre.

-Ousada ela não?

-Ousadia era pouco pra ela. Ela realmente tinha coragem. Enfim voltando a
lenda. Um dia a bruxa estava andando pela rua, indo fazer algumas compras
pra suas poções, mas certamente como nos últimos dias ela não estava
só, estava sendo perseguida por inquisidores.

-O que acontece a seguir, ela é queimada?-Novo tom de sarcasmo.

-Deixa ser sarcástico e ouça-me!

-Continue.

-Nesse dia quando voltava a sua casa, os inquisidores bateram em sua
porta, queriam entrar, mas ela os deteve, mesmo assim foram bruscos
entraram casa adentro. A bruxa manteve-se calma, não queria dar o gosto a
eles de seu medo por mais que estivesse. Os inquisidores ameaçando ela
de todas as formas, por seu castigo não tinha escapatória já havia
envenenado o padre. O único jeito ate então era se render.

-Mas ela não se redeu.

-Não, acusada de bruxaria e sendo uma, usou seus feitiços, juntou alguns
condimentos ao caldeirão rapidamente e produziu fumaça esverdeada,
aproveitou a situação e saiu da casa correndo. Os inquisidores foram
atrás, era dez contra um, a bruxa correu o mais rápido que pode e
desviando deles, entrando nas ruas escuras e pequenas, numa desses
desvio que ela fez deu numa rua sem saída, sem o que fazer a bruxa ficou
parada ali pensando o que faria, o tempo era curto e os inquisidores
chegaram, ficaram discutindo a bruxa profetizando palavras, fazendo de
tudo que estava a sua mão para deixar acudido. Não deu certo a bruxa era
tão procurada que novos inquisidores chegaram com tochas, armas, arco e
flechas com fogo.

-O que ela fez?

-Era o fim dela, não tinha como escapar, um dos inquisidores mandou
amarrá-la, disse a ela que não teria o julgamento digno de uma bruxa, ou
seja, a fogueira.

-Se não foi à fogueira e nenhum outro método de tortura restou-lhe o
que?

- Não foi digna da fogueira, mas morreu queimada.

-Como?

-As flechas com fogo, o inquisidor que mandou amarrá-la fez o mesmo
mandando jogar-lhe as flechas.

-Foi só?

-Não!Depois de matá-la, os inquisidores levaram-na ao chefe, que queria
ter a certeza que ela estava morta. Jogou ela num poço abandonado, pra
certificarem-se colocaram terra por cima.

-Ta, mas o que isso tem haver com o barulho do acidente.

-Pra que a pressa?

-Então continue a lenda.

-Nada foi por acaso, a bruxa tinha um poder extraordinário, dizem que
ela saiu completamente viva do poço sete dias. Mas voltou com uma nova
identidade. Não era, mas a bruxa e sim uma simples camponesa.
-Ela voltou pra se vingar.

-Como era de se prever não? Ela foi aos mosteiros, como pobre camponesa
pedir um trabalho em troca de abrigo e comida, sua intenção era de achar
o inquisidor que mandou matá-la. Logo descobriu que ele viajou, mas
voltaria nos dias seguintes. Quando voltou estava debilitado, quase a
morte por uma doença desconhecida da época, durou apenas dois meses.

-Então ela não se vingou?

-E nem pode ao menos vê-lo morrer, foi mandada procurar mais camponeses
nas cidades vizinhas pra fazer um acordo com a igreja, pra ter mais
terras, quando ela voltou o inquisidor já tinha sido enterrado. Desde
então o que ela procura é a alma desse inquisidor pra se vingar. E o que
isso tem haver com o barulho do acidente, um fato que não sei se é real,
mas o espírito da bruxa ataca a todos que se parece fisicamente e
articuladamente como ele, ocasionando acidentes. Este do carro é simples,
dizem que um jovem da sua idade estava andando de carro, quando olhou
pelo retrovisor e a viu, bateu o carro que vinha na direção contraria e
os dois pegaram fogo.Pelo que sei, ela nunca mais atacou ninguém.

-Por que o jovem rapaz era a reencarnação do inquisidor?

Jerry terminou seu café e só deu um sorrisinho.

-Essa é a lenda.

- E porque o barulho?

-A bruxa faz a cena, aparecer sempre no mesmo mês. É uma maldição que
ela profetizou antes de ser morta, que quem a ordena a morte veria a
morte na sua frente. Como o tempo passou a morte no caso é o acidente
pro jovem. Porem ela faz a cena aparecer pra não esquecer o que
realmente tem que fazer.

-Então isso vai parar mês que vem?

-Talvez?

-Como talvez?

-A bruxa prometeu que não sossegaria, enquanto o inquisidor pedisse
perdão a ela, portanto enquanto ela não achar a alma do inquisidor e
fazê-lo pedir perdão acontecimentos estranhos vão continuar.

-Não entendi.

-Se você acredita em outras vidas...

-Eu creio, disse em reencarnação...

-Então vai entender que por mais que a alma do inquisidor volte à vida, a
bruxa o perseguirá e vai trazê-lo a morte novamente ate que consiga seu
perdão.

-Você quer dizer que...

-Outra coisa só vê a cena o inquisidor, portanto o barulho não é o
problema e sim ver a cena.

- O que acontece com quem vê a cena?

-Dennis já contei a lenda, obrigado pelo café, mas devo ir.
A lenda deixou Dennis intrigado, será que a bruxa estava novamente à
procura do inquisidor, ou apenas quer assustá-lo quer onde ele esteja.
Na mesma noite Dennis com a lenda fresca em sua cabeça, repetiu o mesmo
ato de ficar em frente a sua casa, queria provas.

Noite mais escura do que as anteriores, fria, nuvens acobertavam o céu,
tinha algo estranho no ar, todos os morados foram deitar cedo. Novamente
pela terceira noite consecutiva nenhum barulho na rua, nem sinal de
vida exceto pelo Dennis que já adormecera.

No horário de sempre, ás 03h:00min da manhã, as luzes se apagam, Dennis
acorda num solavanco. Vê um carro cinza, vindo a toda velocidade, farol
apagado, aparece outro carro menor, branco, a freada brusca do carro
cinza e finalmente a batida. O fogo se expande labaredas altas, sai do
carro cinza um homem, Dennis tenta ver quem era, mas não foi necessário
forçar a visão, o homem saiu do carro pegando fogo, gritando e vinha em
sua direção. Dennis ficou parado, procurou ver se alguém estava vendo a
cena, parecia que ninguém tinha ouvido, voltou seu olhar ao homem que
tinha sumido, os carros ainda pegando fogo, os gritos cessaram. Dennis
vira-se e encontra o homem pegando fogo, fica paralisado com o susto. Mas
o homem fantasma fixou seu olhar no dele. Dennis, com medo não receou se quer mexer, o fantasma ficou ali parado ate que agarrou Dennis, que começou sentir seu corpo pegar fogo, gritava, pedia por socorro, mas o fantasma apenas ria diabolicamente dele.

-Não adianta fugir, segurei você pelo resto de minha vida peça perdão e
você sobreviverá!

-Não sou quem você pensa!

-Que assim seja!

E no minuto seguinte, Dennis completamente carbonizado caído no chão, os
carros tinham sumido.

Na manhã seguinte, o corpo foi a discussão. Jerry que veio acompanhar o ocorrido, quando a só ficou com corpo, abaixou, sussurrou em seu ouvido.

-Eu avisei, inquisidor deveria ter-me pedido desculpa!

A inumação do Necrófilo



Fiquei perplexo!... Em estado de choque!

Assim fiquei quando, certo dia, ao amanhecer, descobri que uma das sepulturas do meu cemitério havia sido violada. E o que mais me impressionou foi o fato de que o autor desse crime manteve relações sexuais com o cadáver.

Lutei para acreditar que não estava louco e, não obstante, não estava mesmo.

O cadáver era de uma mulher, apresentava já um estado de decomposição e exalava um odor insuportável. Encontrava-se completamente nua e com as pernas escancaradas, havia gotas de sêmen que iam da vagina até a altura dos seios. Por um momento, fiquei ali imóvel e, um sentimento de nojo e terror, acompanhado por um calafrio, gelou-me a espinha.

Retornei meio aturdido ao meu casebre, que ficava nos fundos do cemitério, peguei uma pá, pregos, martelo, uma corda e voltei ao local do crime.

Apanhei o cadáver gelado e podre, deitei-o no caixão com as mãos cruzadas sobre o peito e, em seguida, tampei-o. As travas haviam sido arrebentadas, por isso, tive que pregar a tampa por inteiro. Enrolei a corda ao meio do caixão e, com um grande esforço, conduzi o pesado volume até o fundo da cova e o enterrei.

Nesse mesmo dia não consegui fazer outra coisa, anão ser pensar no incidente que eu presenciara. Pensei em procurar ajuda policial, ou até mesmo, comentar o acontecido com alguém, mas não o fiz. Porque, de certa forma, eu tinha um grande respeito pelos que já morreram, e também, tinha pavor a escândalos. Mas não sei como, nem por que, eu sentia que esse não era o motivo certo pelo qual eu não procurei ajuda.

Por fim, achei melhor pôr um ponto final e esquecer esta história. Mas, durante semanas não consegui me livrar da imagem da morta, à noite, acordava aterrorizado e banhado de suor, tinha a impressão de que, quando dormia, - ela ficava a me vigiar, a velar o meu sono.

Isso quando não tinha a impressão de ouvir o eco de sua gargalhada demoníaca vindo da tumba a percorrer o caminho até o meu quarto.

Uma manhã, quando fui regar as flores dos túmulos, deparei-me com a mesma cena anterior. A sepultura de outra mulher havia sido violada e o cadáver, completamente nu e com as pernas escancaradas, havia sofrido abuso sexual.

Novamente, apanhei a pá, martelo, pregos e voltei pensativo ao local. Enquanto colocava o cadáver podre no caixão, pensei:

“Esse indivíduo só pode ser alguém conhecido, e que, também, conhece muito bem o cemitério”.

E não me enganei nos meus pensamentos, ao depositar o corpo no caixão, percebi algo que parecia uma carteira, meio soterrada no montante de terra. Peguei-a, abri-a, e, finalmente, vi nos documentos quem era o necrófilo que mantinha relações sexuais com meus mortos.

Cornélio: este era o nome do elemento responsável por aquela profanação aterrorizante. Tratava-se de um mau caráter leviano e morava a dois quarteirões do cemitério. Mas é claro!

Como eu não pensei nisso antes? Só poderia ser o maldito Cornélio. Eu o conhecia muito bem, exceto sua perversão sexual.

Confesso que fiquei um pouco surpreso, pois todos os vícios que se possam imaginar – ele tinha, mas sofrer de necrofilia, já era demais.

Pus fim à minha tarefa, cobri com a tampa o caixão, preguei-a, envolvi a corda ao meio dele, conduzi-o até o fundo da cova e o enterrei. Peguei meus instrumentos de trabalho, a carteira de Cornélio e fui para casa.

Ao chegar, abri uma garrafa de rum, acendi um charuto e comecei apensar comigo mesmo: “eu tenho agora em minhas mãos as provas para colocar o miserável na cadeia, sim, é isso mesmo que eu vou fazer”.

A garrafa de rum já estava um pouco menos da metade quando resolvi, finalmente, ir até a polícia. Mas, de repente, hesitei, não sei explicar como, mas pensamentos macabros e sentimentos sombrios apoderaram-se do meu espírito. Dir-se-ia, que eu agora era a perversidade em pessoa.

Decidi não ir até a polícia, e comecei a premeditar um castigo terrível contra o Cornélio. Eu precisava acabar com aquele patife sem deixar nenhum rastro.

Sabendo do seu fraco por excessos e de sua atração por cadáveres, resolvi atraí-lo para uma emboscada sem que ele suspeitasse. Verifiquei se tinha bebida alcoólica suficiente para executar o meu plano diabólico. Ah! Ah! Ah!...

Uma noite, por volta das vinte e duas horas, fui à casa dele, bati palmas, chamei-o e ele apareceu sem desconfiar de nada.

Boa noite – disse eu. – Oh, meu bom amigo Cornélio, queira me perdoar por estar-lhe incomodando a esta hora da noite! Mas, é que já faz algum tempo que tento falar com o senhor e não consigo.

- Sim, em que posso ser útil? – Disse ele.

Bem, eu achei sua carteira na calçada próxima ao cemitério e guardei-a em minha casa. Como não sabia que iria encontrá-lo, deixei-a lá. O senhor quer ter a bondade de acompanhar-me até a minha humilde residência?

- Mas, a essa hora senhor? – Indagou.

Ora, vamos senhor Cornélio. – É rapidinho, não me diga que está com medo dos mortos?

- Não, é claro que não, é que...

Ora, vamos, não há o que temer, o cemitério é um lugar de paz, temos que ter medo dos vivos e não dos mortos.

E seguimos para o cemitério, um lugar onde pessoa nenhuma me visitava, principalmente, à noite.

Passamos por um longo corredor entre os túmulos guiados por uma lamparina até chegarmos em casa. Em nenhum momento, Cornélio demonstrou preocupação e medo, ou desconfiou de nada.

Abri a porta, entramos, pedi que se sentasse e ficasse à vontade enquanto eu ia buscar sua carteira. Peguei a carteira de Cornélio, duas canecas, uma garrafa de rum, um tabuleiro de xadrez e voltei à sala onde ele me esperava.

Aqui está sua carteira, senhor. – Disse eu.

- Obrigado – respondeu. – Bem, já é tarde, eu preciso ir embora.

Não, - eu disse educadamente. Ainda é cedo, fique um pouco mais, eu sou um homem muito solitário e os mortos não me fazem companhia. Por favor, sente-se, tome um pouco de rum comigo e joguemos uma boa partida de xadrez, sim!

- Tudo bem, mas, sem demora.

Perfeito, - sente-se.

Eram quase vinte e três horas. Cornélio havia ganhado duas partidas de xadrez e eu uma. Quando dizia que iria embora, eu encontrava meios de segura-lo, empurrando mais rum no miserável, que já apresentava sinais de embriaguez.

Não se vá ainda, amigo Cornélio. É muito cedo, - o senhor já provou um vinho português da região de Colares, ou um bom vinho espanhol?

- Não – ele respondeu, já com a língua meio enrolada.

Só um instante, que eu vou buscar, - não demoro.

Voltei com uma garrafa de colares e outra de xerez.

Olhe, aqui estão dois dos melhores vinhos do mundo, “experimente”.




Enchi a caneca do desgraçado até à borda e retornamos ao jogo de xadrez.

Os ponteiros do relógio já marcavam uma hora da madrugada, as garrafas de vinho estavam vazias e eu nem me lembrava mais quantas partidas tínhamos jogado.




Cornélio já cambaleava de bêbado e não dizia coisa com coisa, ou melhor, poder-se-ia dizer que só o álcool falava.

Amigo, disse eu por fim-, que tal fecharmos a noite com chave de ouro?! Eu posso contar-lhe um segredo?

“Claro que pode”, - disse o meu amigo com a voz trêmula e a língua enrolada devido aos efeitos do álcool. – Eu tenho verdadeira veneração em praticar sexo com cadáveres, - você acredita?

- Acredito! – Sério mesmo?! – Disse ele com agradável surpresa. “- Eu pensei que só eu tinha esse tipo de fantasia louca!”. Disse ele.

Não, - fique sabendo que eu também adoro! – Que tal irmos praticar uma orgia, com um cadáver lá fora, - o senhor aceita o meu convite?

Hesitou por um momento, mas, aceitou logo em seguida. “- Sim, eu aceito, vamos lá”.

Bem, então, deixe-me pegar alguns instrumentos de que preciso e já volto. Fui ao quarto. Peguei uma pá, martelos, pregos, correntes, um cadeado, um pé-de-cabra, cordas e mais uma garrafa de rum, e voltei à sala.

Enchi as duas canecas, peguei meus instrumentos de trabalho, a lamparina, passei a garrafa de rum para o Cornélio e segui à frente rumo ao cemitério.

Olhe, - logo ali tem a sepultura de uma mulher que foi enterrada como indigente há pouco tempo, vamos até lá?! Disse eu.

Ao chegarmos ao local, - eu disse:

- Sente-se aqui enquanto eu cavo. E Cornélio sentou ao lado do túmulo, tragando o rum no gargalo da garrafa.

Eu, por fim, depositei a lamparina ao lado da cova e comecei a cavar. A terra estava fofa e creio que levei, aproximadamente, uns vinte minutos até o buraco ficar um pouco acima da minha testa.

“Ei amigo Cornélio!?” – gritei!

Pode pular aqui e me ajudar a tirar o caixão da cova, por favor?

Levantou-se cambaleando e entrou na cova. Seguramos o caixão de ponta a ponta pelas alças e suspendemo-lo até a beira do túmulo.

Saímos de dentro da cova e imediatamente peguei o pé-de-cabra e arrebentei as travas do caixão. Ao retirar a tampa, tiramos o corpo de dentro e o odor era insuportável.

O cadáver encontrava-se em longo estado de decomposição, apresentava bolhas de pus em algumas partes do corpo, e também, parte da carne podre grudava na mortalha. O corpo também estava murcho e ressecado, o que não me deixou dúvidas de que tinha um lugar de sobra para mais um ocupante no caixão.

E não me enganei nos meus cálculos: - Cornélio era um homem pequeno, franzino e com certeza, caberia lá dentro com um pouquinho de esforço.

Senti um profundo enjôo e vontade de vomitar, ao passo que Cornélio olhava o cadáver com desejo e fascinação.

Você primeiro amigo Cornélio, enquanto eu descanso um pouco, - depois eu vou.

Cornélio passou-me a garrafa de rum e aproximou-se do cadáver. Despiu-a da cintura para baixo, escancarou as pernas dela, abriu o zíper de sua calça, deitou-se por cima da carne podre e penetrou-a.

Quando ele já estava no coito com o cadáver, - eu disse:

- Senhor Cornélio, eu sou um pouco tímido e reservado, vou cobrir o caixão com a tampa para o senhor ficar mais à vontade (no intuito de dispersar a atenção dele).

Ah, pouco deu atenção ao que eu falei, estava bêbado e excitado demais para perceber o terror e o perigo que encontrava-se à sua volta. “O homem é o único ser vivo que sabe que vai morrer, mas, é lamentável, que não sintamos quando a morte está bem próxima de nós”.

Enquanto ele gozava dos prazeres de sua necrofilia, apanhei o pé-de-cabra, segurando-o, fixamente, com ambas as mãos.

Aproximei-me dele, sorrateiramente e, desferi-lhe um golpe certeiro na nuca, que abriu acompanhado por um estalo!

Emitiu alguns gemidos: - Hâ... Hâ...Hâ..., e calou-se. Não sabia se o matara.

Com toda a calma possível, coloquei o cadáver de volta no caixão, depositei Cornélio por cima deste, peguei a tampa, cobri o caixão e fiquei sentado em cima, bebendo o restante do rum.

Apanhei o martelo e os pregos e, comecei a pregar a tampa do caixão. Certifiquei-me de que a tampa estava bem pregada, quando ouvi um gemido abafado vindo de dentro do caixão, mas não era um gemido de orgasmo ou de prazer. Era um gemido de terror misturado com angústia, por um momento, um calafrio percorreu-me todo o corpo.

Cheguei a sentir um desconforto ou remorso, mas não passou de um sentimento efêmero, pois, logo em seguida, meu espírito permaneceu sereno com a alma de um recém-nascido.

Eram quase duas horas da madrugada, eu estava cansado, mas precisava terminar a minha tarefa. Envolvi a corrente em volta do caixão e passei o cadeado, pois queria ter certeza de quê, se ele estivesse vivo não poderia sair dali jamais.

Enrolei a corda ao meio do caixão, quando ouvi outro grito abafado emitido lá de dentro:

- Socorro... Tire-me daqui... – Eu lhe imploro!

Com um grande esforço fui descarregando a corda amarrada ao caixão até o fundo da cova. Peguei a pá e comecei a jogar terra no buraco, quando outra vez, ouvi os gritos abafados de dentro do buraco, mas agora iam ficando mais distantes.

Quando joguei a última pá com terra no túmulo, fiquei plenamente satisfeito. Um denso nevoeiro cobria o cemitério e caía uma garoa fina e gélida. Tomei o último gole de rum, joguei uma coroa de rosas no túmulo, peguei meus instrumentos de trabalho, a lamparina e fui para casa dormir tranquilamente.

E até hoje, sessenta anos depois, eu me encontro aqui, num abrigo para idosos, já no fim da vida e com este segredo guardado a sete palmos de terra.

Ora, para quê procurar a polícia, se eu podia punir o miserável à minha própria maneira!

Não concordam?...

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Canibalismo Real





O técnico de informática alemão Armin Weives era um homem comum, parecia pacífico e solitário. Sua vida mudou da água para o vinho depois de um bizarro jantar, que lhe rendeu prisão perpétua cinco anos depois. O prato principal foi o pênis do engenheiro Bernd Juergen Brandes, que, aliás, também degustou a macabra iguaria, antes de ser assassinado, esquartejado, comido paulatinamente nos dias seguintes. A história começara meses antes, quando Weives colocou um anúncio na internet procurando alguém que quisesse ser morto e devorado. Brandes mostrou-se disposto e concordou em ter o membro sexual amputado, flambado e servido antes do suspiro final. Todo o ritual foi filmado. O crime cometido em 2001 só veio à tona no ano seguinte. Durante o inquérito, Weives, que ficou conhecido como o canibal de Rotemburgo, confessou tê-lo cometido com motivações sexuais. Em agosto deste ano outro caso de canibalismo chocou os europeus. Após terem sido avisados por vizinhos, policiais de Viena prenderam Robert A. por ter assassinado e comido partes do corpo (entre elas o cérebro) de Joseph S. Ambos sem-teto, eles viviam juntos num apartamento cedido pelo serviço social do governo austríaco.

Casos de canibalismo aparecem no noticiário de tempos em tempos, indicando que o fenômeno é mais frequente do que ousamos pensar. Quem tiver estômago para pesquisar na internet vai encontrar instruções detalhadas de desmembramento do corpo humano, sempre associadas a conteúdos de temática sexual, que mais parecem guias para o abate de animais. Afinal, como explicar esse fenômeno que à maioria de nós é tão repugnante?

FORÇA E CORAGEM

As práticas canibais, ou antropofágicas, são tão antigas quanto a humanidade. Um tipo bem documentado é o canibalismo famélico, que aparece em períodos de extrema escassez de alimentos, como aconteceu na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) ou no cerco a Leningrado (hoje São Petersburgo) durante a Segunda Guerra Mundial. A queda de um avião na cordilheira dos Andes, em 1972, mostrada nas telas do cinema, expôs o drama dos sobreviventes que, para não morrer de fome, se alimentaram da carne das vítimas do acidente.

O canibalismo como ritual é um fenômeno bem diferente. Em culturas antigas, como a dos habitantes originais da Indonésia, Austrália e Nova Zelândia, o consumo de carne humana tinha como objetivo incorporar atributos dos mortos, como força, coragem, integridade, e só deixou de ser praticado no século XX. Na Amazônia, os índios ianomâmis até hoje adicionam cinzas funerárias a uma pasta de banana, usada em vários pratos, para entrar em contato com a alma dos que já partiram. Em muitas outras culturas, as práticas antropofágicas consistiam no consumo de alguma parte do corpo, como o coração ou o cérebro, o que causou uma epidemia de kuru, doença neurológica degenerativa causada por uma proteína patogênica (príon), na Papua Nova Guiné, nos anos 60. Os rituais canibalísticos, porém, nem sempre tiveram cunho religioso. Para se vingar do adversário vencido, possivelmente assimilando sua força, muitas batalhas e guerras do passado terminavam em cerimônias nas quais os prisioneiros eram servidos como prato principal, como acontecia entre os índios da América pré-colombiana e os chineses que viveram sob a dinastia Chou (1122 a.C.-255 a.C).

ARMIN WEIVES: anúncio na internet para encontrar alguém que quisesse ser morto e devorado A disseminação do cristianismo no Ocidente e do islamismo no Oriente foram duas importantes forças repressoras dos rituais canibais, de modo que, quando o fenômeno volta a ocorrer, ainda que esporadicamente, nos dias de hoje, está sempre associado a indivíduos de alguma forma deslocados na sociedade, quase sempre portadores de transtornos psíquicos. Trata-se do canibalismo patológico.

O risco de um esquizofrênico sem tratamento adequado cometer um crime de morte é bem maior que o de uma pessoa saudável. Durante a fase aguda de surto, muitos pacientes são tomados pela sensação de “dissolver-se”. Nesse caso, o ato canibal pode ser a última tentativa desesperada de ter de volta o próprio corpo. Assolado por alucinações paranóides, o indivíduo se sente perseguido, ameaçado por forças que o fazem se sentir predestinado ou alçado a uma condição superior. As vozes imaginárias podem sugerir, por exemplo, que a ingestão de carne humana o tornará imortal ou libertará o mundo das forças do mal. Esse foi precisamente o caso de Paul Reisinger, que assassinou seis mulheres entre 1779 e 1786 na Áustria. Ele estava convencido de que comendo o coração ainda palpitante das jovens obtinha sorte no jogo e podia se tornar invisível.

É preciso deixar claro, no entanto, que os atos de canibalismo são exceções entre os delitos violentos praticados por esquizofrênicos durante episódios de psicose aguda. Sempre que esses crimes estiveram associados a transtornos psíquicos, e foram devidamente julgados, os réus foram considerados criminalmente inimputáveis e encaminhados para clínicas psiquiátricas, onde ficaram sob a custódia da Justiça. Embora raros, os casos de canibalismo patológico costumam estar associados a transtornos graves de personalidade e perversão de natureza sádica.

PERVERSÃO SÁDICA

A antropofagia é um componente habitual das relações afetivas e sexuais. Os atos de beijar, morder e chupar fazem parte do repertório das carícias trocadas entre pais e filhos e entre casais; expressam proximidade emocional e desejo de ter o outro, simbolicamente, “dentro de si”. Esse desejo erótico de incorporar a pessoa amada transparece quando se diz que alguém é “gostoso” ou quer “comer” o outro. A fantasia de devorar ou ser devorado também está presente em diversas fábulas e brincadeiras de crianças e adultos.


Quando o canibalismo se converte em crime sexual, no entanto, raiva e agressividade são dois componentes quase sempre presentes. Depois de deglutir o amante, Armin Weives disse que seu ato tinha sido “como um casamento, algo que o alçou a uma condição sobrenatural... Eu tinha a esperança de que ele se tornasse parte de mim”. Enquanto o matava e o esquartejava, desfrutou um estado eufórico que combinava ódio e alegria.

Outro canibal famoso, o japonês Issei Sagawa, que comeu sua professora de alemão em 1981, deixou um registro escrito da cena: “Corto seu corpo e levo a carne à boca inúmeras vezes. Então fotografo seu cadáver branco com ferimentos profundos. Faço sexo com seu corpo. Quando a abraço, ela emite um sopro, me assusto, ela parece viva. Eu a beijo e digo que a amo. Então, arrasto seu corpo para o banheiro. A essa altura estou exausto, mas corto sua anca e coloco a carne em uma assadeira. Depois de cozida, sento-me à mesa usando suas roupas de baixo como guardanapo. Elas ainda têm o cheiro de seu corpo”.

O crime foi cometido na França. Sagawa, um estudante de literatura de 33 anos, matou a tiros a holandesa Renée Hartevelt, de 25 anos. Pedaços dela, cuidadosamente embrulhados, foram encontrados na geladeira dele. Ele não resistiu à prisão e confessou o crime. Foi levado para uma clínica psiquiátrica francesa, onde foi classificado como “psicótico intratável”. Depois de repatriado ao Japão, deixou o hospital em 1985, graças à pressão do pai, um rico empresário, e hoje é uma espécie de ídolo pop bizarro.

Crimes como os de Sagawa e de Weives representam o ponto final de uma evolução perversa sexualmente sádica. Para compreender o fenômeno, é interessante analisar como surge a perversão sexual, que não contém necessariamente o elemento sádico. O psiquiatra e psicanalista Robert J. Stoller (1924-1991), da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles, reconheceu nessa modalidade de canibalismo uma forma de ódio erótico cujas raízes estão no desenvolvimento, na infância, da identidade masculina: o bebê se sente fundido à mãe, seu corpo e seu psiquismo não existem separados da pessoa que lhe serve de referência no mundo. Com base na teoria da psicanalista Melanie Klein é possível pensar que, no decorrer do processo de individuação, o garoto se reconhece como possuidor de um corpo próprio, de homem, não de mulher. Então lutará constantemente contra uma nova fusão com a mãe que, no desenvolvimento de sua identidade masculina, pode se converter temporariamente em uma “mãe má”.


SOBREVIVENTES: A TRAGÉDIA NOS ANDES (1993): para não morrer de fome, as pessoas se alimentaram da carne das vítimas do acidente No ritual canibal perverso esse elemento do “mal” se projeta no objeto a ser destruído. Por outro lado, a assimilação da carne serve para restabelecer a ligação simbiótica original. Segundo Stoller, o cerne da perversão é a raiva e o ódio, provavelmente resultantes de frustrações vividas na infância no tocante à sexualidade. Doenças e humilhações, e o sofrimento a elas inerente, são renegados ou convertidos no próprio triunfo.

O psiquiatra e psicanalista alemão Eberhard Schorsch (1935-1991) analisou outros aspectos da perversão sexual. Segundo ele, as fases da perversão se dividem em quatro. Na primeira, fantasias sexuais desviantes já se mostram intensas, mas só emergem esporadicamente. Na segunda, aparecem com regularidade, como penosos conflitos. Na terceira etapa a sexualidade quase não pode ser vivenciada sem essas fantasias e os desencadeadores da crise não são mais debelados. Neste ponto, o processo se torna irreversível. Finalmente, na última fase, as fantasias sexuais desviantes transformam-se em novos rituais e passam a ocupar espaço cada vez maior.

A encenação perversa serve-se principalmente da exploração do medo e da tensão. Com isso o indivíduo se vê aliviado das agressões e consegue levar uma vida discreta, sem levantar suspeitas. Seus pensamentos e sentimentos, porém, denunciam uma identidade masculina fragilizada e se ocupam basicamente com delírios de potência e poder, busca de proximidade e calor, defesa contra diversos medos, entre eles o de ser abandonado ou “engolido” por uma mulher. A obsessão sexual também é uma forma de repelir essas aflições. Em geral, as pessoas com sintomas perversos não chegam a ter uma sexualidade saudável, já que toda sua intimidade está impregnada pelo medo.
Já o sádico experimenta satisfação na total dominação do objeto sexual. Por meio do aviltamento e do suplício ele consegue a submissão absoluta da vítima, o que o desloca para uma posição equivalente à divina. Há também demonstrações de raiva e ódio, por meio das quais o outro é “despersonalizado”. Quase sempre essa encenação assume contornos violentos e obedece a regras estritas.

INFLUÊNCIAS SOCIAIS

Um modelo detalhado de perversão sexual sádica foi proposto em 2001 pelos psicólogos Bruce A. Arrigo e Catherine E. Purcell, da Escola Califórnia de Psicologia Profissional em Fresno. Eles partem do princípio de que os traços de sadismo se originam em experiências de violência e de humilhação vivenciadas na infância e na adolescência, mas adquirem vigor por meio de fatores predisponentes, como influências sociais, ou genéticas. Segundo os pesquisadores, alguns indivíduos que se privam de experiências emocionais para evitar mais frustrações e se evadem em fantasias compensatórias, em que predominam solidão, masturbação e conteúdos perversos, paulatinamente se distanciando da vida social. O prazer sexual o entusiasma e preenche temporariamente seu vazio. A perversão substitui o contato humano e, em certa medida, atua como um elemento compensatório, assim como um bicho de pelúcia ajuda a criança pequena, durante algum tempo, a vencer a separação da mãe. No caso do boneco macio, denominado objeto transicional pelo psicanalista inglês Donald D. Winnicott, costuma haver um investimento afetivo temporário. Essa fase é ultrapassada no desenvolvimento saudável, mas nos casos patológicos permanece estagnada.

Modelos e teorias ajudam a entender por que algumas pessoas adotam um comportamento tão macabro. Alguns, porém, conseguem desfrutar fantasias sádicas, sem convertê-las em atos criminosos, ao passo que outros ultrapassam os limites da razão e praticam atrocidades. É provável que nestes últimos persista a sombra de graves distúrbios na relação afetiva entre a criança e a pessoa que cuidava dela de maneira mais próxima em seus primeiros meses de vida. Experiências negativas durante a primeira infância podem promover alterações neurobiológicas muitas vezes irreversíveis. Inversamente, é possível que anomalias cerebrais preexistentes interfiram no desenvolvimento psíquico.

CONCEITOS-CHAVE

- As práticas canibais documentadas ao longo da história indicam que o fenômeno faz parte da cultura de diversos povos primitivos da América e da Ásia e pode aparecer em situações extremas de escassez de alimentos, como guerras.

- O canibalismo patológico geralmente acomete indivíduos com algum tipo de transtorno psíquico. O caso do canibal de Rotemburgo, que ficou famoso em 2002, é particular porque a vítima consentiu em ser mutilada, assassinada e comida.

- A motivação do canibal poderia ser explicada pela perversão sexual sádica, que teria origem em problemas no processo de individuação, quando a criança se “separa” do corpo da mãe. Assim, a assimilação da carne humana serviria para restabelecer a ligação simbiótica original.


ANTROPOFAGIA: Hans Staden registrou os costumes festivos dos selvagens ao matar e comer seus inimigos

RITUAIS, SACRIFÍCIOS E INIMIGOS ASSADOS

Foi o historiador e cronista grego Heródoto, do século V a.C, o primeiro a abraçar a complicada tarefa de analisar e classificar o fenômeno do canibalismo. Foi ele que cunhou a palavra “antropofagia” (fusão de antropos, que significa “homem”, e phagein, comer), até hoje a mais apropriada para designar o ato de comer carne humana. O termo canibal apareceu no século XVI, quando a esquadra de Cristóvão Colombo passou pelas Pequenas Antilhas, conhecidas hoje como Caribe. Os índios que habitavam essas ilhas tinham o hábito de comer carne humana em rituais religiosos e se designavam “cariba”, que não era o nome deste povo como concluíram os espanhóis, mas um adjetivo que significava bravo, “corajoso”. Um erro de pronúncia dos europeus criou a palavra “caniba”, que rapidamente passou a descrever toda e qualquer cultura, invariavelmente inferior, que consumisse indivíduos da mesma espécie.

Os hábitos dos índios caribenhos espantaram os colonizadores espanhóis, mas nada que se compare ao que eles viram quando chegaram ao antigo México. Ao entrar em território asteca, a expedição do conquistador Hernán Cortez encontrou corpos semidevorados espalhados ao longo de estradas e homens enjaulados aguardando serem consumidos. Durante a conquista daquelas terras, Cortez testemunhou muitos de seus homens serem capturados, sacrificados e devorados.

O primeiro relato objetivo de canibalismo foi feito no Brasil pelo navegador alemão Hans Staden. Depois de naufragar na costa brasileira, Staden foi capturado por uma tribo tupinambá, na qual presenciou diversos rituais canibais. De volta à Europa, descreveu a experiência no livro Duas viagens ao Brasil (Edusp, 1974). Em uma das histórias, Staden conta que as crianças para as quais ele ensinava música acabaram assassinadas e usadas numa sopa que ele consumiu sem saber dos ingredientes. O alemão só se deu conta do que havia ocorrido quando viu, no fundo do caldeirão, os pequenos crânios.


FANTASIAS INFANTIS DE DEVORAR A MÃE

A oralidade é um aspecto fundamental no desenvolvimento humano. Freud desenvolveu teoria sobre a organização psicossexual identificando as fases oral, anal, fálica, de latência e genital. A primeira delas, chamada por seu discípulo Karl Abraham (1877-1925) de “canibalesca”, tem como base a fantasia de incorporação do outro (protótipo da identificação). Para a psicanalista Melanie Klein (1882-1960), todos temos impulsos destrutivos no começo da vida. A expressão “sádico-oral”, usada por ela, está relacionada ao prazer da sucção, que normalmente é sucedida pelo ato de morder. Se a criança não obtiver gratificação ao sugar, tentará se satisfazer mordendo. O seio (e para ela a imagem da mãe confunde-se com o seio) desperta sentimentos ambíguos: ao mesmo tempo que o ama porque a alimenta e aconchega, também o odeia e inveja porque se afasta e guarda em si todo o leite. Segundo Klein, essas fantasias infantis de destruição e devoração do corpo da mãe são esperadas, mas ao longo do amadurecimento psíquico há oportunidade para elaborá-las, repará-las e sublimá-las.

sábado, 7 de junho de 2014

Assassination Market

Você encomendaria o assassinato de um político? De um presidente, talvez? Pode parecer coisa de filmes do Bruce Willis, mas é um serviço oferecido por sites nas profundezas da “deep web” – que está fora do alcance de buscadores como o Google e só pode ser acessada por navegadores especiais.


Sob o pseudônimo de Kuwabatake Sanjuro, um homem (ou uma mulher) criou o Assassination Market, um site de financiamento coletivo em que é possível pagar em segredo alguns milhares de dólares para um assassino de aluguel. Curiosamente, a iniciativa funciona por meio de financiamento coletivo (como ocorre com o Catarse, por exemplo), o que teoricamente aumenta as chances de juntarem grandes somas de dinheiro para recompensar os matadores.


Em quatro meses de funcionamento, o Assassination Market já tem uma lista de seis alvos, entre eles o presidente Barack Obama e o diretor da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), Keith Alexander.


O dinheiro é coletado sob a forma de bitcoins, uma moeda que não pode ser facilmente rastreada e que está fora do circuito de bancos e empresas de crédito. No caso de Obama, a recompensa é de 40 bitcoins; e, de Alexander, 10. Como os valores flutuam constantemente, é difícil estabelecer um equivalente em moedas convencionais, mas vale dizer que as bitcoins já atingiram valores acima de US$ 600 (cerca de R$ 1200).


Em entrevista dada (por e-mail, naturalmente) ao repórter Andy Greenberg, da Forbes, Sanjuru explicou a motivação por trás da sua iniciativa. “Eu acredito que isso vai mudar o mundo para melhor”, conta. “Graças a esse sistema, um mundo sem guerras, espionagem, armas nucleares, exércitos, repressão, manipulação financeira e limites para comércio estará em nossas mãos por apenas algumas bitcoins por pessoa”.


“Também acredito que, assim que alguns políticos forem eliminados e os demais perceberem que perderam a guerra pela privacidade, os assassinatos poderão parar e passaremos a uma fase de paz, privacidade e laissez-faire“.


Sanjuru garante, ainda, que tomou uma série de medidas para evitar sua prisão. “Com criptografia, o estado ou qualquer empresa de segurança fica extremamente obsoleto… toda atividade que pode ser reduzida a transferência de informações estará completamente fora do alcance do governo ou de qualquer pessoa que não esteja envolvida”.


Link do Assassination Market: https://assmkedzgorodn7o.onion.lu/

Escolhendo a Melhor Garota [canibalismo]

Conseguir as melhores garotas para sua despensa é um assunto um pouco complicado. Primeiro você deve decidir em que receita a menina vai ser usada. Você deve preparar o corpo com base sobre a utilização da carne: Para receitas diferentes, diferentes métodos de cozimento, dependendo da idade, tamanho, e método de preparação .


Eu sei que a maioria de vocês foram orientados a não brincar com a comida , mas "carne de garota" é uma exceção a essa regra. Antes de massacrar, você deve fazer bom uso dela. Chupando o pau é sempre bom, mas transando com ela e em seguida encher sua buceta com seu esperma ainda dentro dela proporciona um sabor interessante para o recheio. Também uma buceta bem utilizada será mais musculosa e, portanto, mais vigorosa.


As melhores meninas têm entre 14 e 20 anos de idade, com corpos proporcionalmente desenvolvido. Ela não deve ser nem gorda nem magra, exceto em casos especiais.


O tamanho de mama deve ser moderado . Seios que são muito grandes ou que foram lactantes terão grandes glândulas de dutos de leite e uma quantidade razoável de tecido adiposo e não terá uma boa degustação, seios ideais devem ser firmes, com os mamilos de tamanho moderado e bem arredondados.


Mamilos maiores podem ser cortados no início do processo de cozimento de modo a que a menina veja você comê-los enquanto ela ainda estiver viva . Embora um pouco difíceis e gordurosos estes mamilos são saborosos quando comidos com molho de churrasco.


As seguintes receitas utilizam as meninas conforme indicado, embora todas as meninas podem ser usadas para quase qualquer receita:


Receita Garota Preferida


Porção de fígado frito com cebolas - 14 a 16, nem muito magra, nem muito gorda


Porção de Coração - 14 a 16, nem muito magra, nem muito gorda - refogados em molhos cerca de 5-10 lbs, máximo excesso de peso.


Coração ou fígado picado - 18 a 20 anos , corpo atlético


Rim ou outros órgãos ao molho - Qualquer garota


Língua - assada ou cozida - 18 a 20 , menina média


Bifes - tartare ou raras Young - 14 a 16 , nem muito magra, nem muito gorda, a carne deve ter ligeira marmorização


Melhores cortes - Costelas, bumbum e coxas.


Assados 18-20, corpo bem desenvolvido não mais de 5 libras de peso.


Costela Assada, 15-19 com músculos peitorais grandes, pode ter seios grandes


Pernas e Bacon, 18-20 com coxas grandes e arredondadas


Estômago, de 10 a 20 libras de peso.


Menina inteira - churrasco, 16-18 corpo bem desenvolvido , mas apenas seios de tamanho moderado (preferencialmente com mamilos inchados)


Menina inteira- assada no forno, 14-16 corpo bem desenvolvido , mas apenas
seios de tamanho moderado (preferencialmente com mamilos inchados)




Peitos - assados ou cozidos - a melhor opção seria seios muito firmes que estão altos, os mamilos que apontam para cima, de tamanho moderado ou pequeno. (...)




Os seguintes meninas são melhor servidos , como indicado :


21-29 anos - Cortado em bifes ou assadas, vai produzir uma quantidade grande de carnes mais duras que devem ser utilizados como ensopado de carnes ou hambúrguer.
Órgãos ( coração, fígado rim) vai fazer bom com patê de e molhos . Pescoço fará excelentes sopas. Intestinos darão boas tripas para salsichas feitos a partir de suas carnes de menor qualidade.


Meninas gordas ou um pouco acima do peso - Bom para carnes fumadas, especialmente presuntos e bacon e carne de hambúrguer .


Meninas magras - Se possível, devem ser engordadas. A maioria dos cortes cozinhar melhor se extremamente raras ou em ensopados . Assado bunda pode ser delicadamente
delicioso raro.


Meninas muito jovens - menores de 12 anos ou 13 anos geralmente não é muito bom por causa da
falta de carnes, e os órgãos são muito pequenos, mas se destruídos poderiam ser
cozidos em sopas. 12-13 anos de idade com os seios em desenvolvimento e
corpo bem proporcionado seria melhor assado inteiro ou no churrasco. Cuidados devem ser tomados, no entanto, para não cozinhar demais. O coração e o fígado desses jovens ficarão mais saborosos se estiverem mal-passados ou quase crus.




Algumas dicas:


Se for cozinhar a menina viva, devem ser feitos vários enemas. Elas devem ser alimentadas apenas com água durante pelo menos 2 dias. Ela deve ser bem lavada (principalmente seu ânus e sua uretra).


Os cabelos do corpo devem ser completamente removidos (exceto seu cabelo da cabeça, se posteriormente a cabeça for usada para decoração), e o corpo lavado completamente.


Antes de começar, um analgésico deve ser administrado (maconha ou licor é muitas vezes eficaz).


Com uma faca bem afiada, abra cuidadosamente a barriga logo acima da vagina para o esterno, não corte muito profundo. Ao fazer a incisão, cauterize imediatamente, então vá removendo cada órgão, sempre cauterizando as feridas, tendo o cuidado de deixar o coração e pulmões intactos. Se você tocar em seu coração, ele pode vibrar um pouco, mas vai continuar a bater, então tome cuidado para não feri-lo.


Artérias e veias são um grande problema, por isso tome cuidado para não cortá-las quando elas tiverem contato com o coração, cérebro ou os pulmões.


Você pode decidir deixar o útero intacto, pois este pode ser recheado. (...)




Se for matá-la rapidamente, corte-lhe cabeça e pendure seu corpo pelos pés para deixar todo o sangue escorrer para fora antes de prosseguir.


Se for esfolá-la antes de matá-la, comece pelo pescoço e, pelas costas, faça um corte fino até o ânus e continue a descer por ambas as pernas. Outro corte deve descer do pescoço para toda a extensão de cada braço. Cortar os pés e mãos (estes são bons para sopas). Retire cuidadosamente a pele do corpo. Não retire a pele das mamas. A vagina tem que ser cuidadosamente descascada e um pequeno corte feito para desconectar a pele de dentro de sua vagina. Lava-se a pele com cuidado antes de iniciar o processo de curtimento. O couro produzido a partir de meninas é primorosamente macio, se tratado corretamente.


Em seguida corte sua barriga de seu esterno até 2 a 4 polegadas acima de sua vagina. Remova todas as suas entranhas e órgãos, deixando de lado o coração, fígado e rins. Se você planeja usar as peças para salsichas, limpe profundamente os intestinos e reserve.


Pegue um grande cutelo, vire o corpo com o peito para baixo e divida o corpo em duas partes, utilizando a espinha dorsal como guia. Pique o pescoço em ossos de sopa. Gire o corpo de volta e divida a caixa torácica em dois no centro. Corte as carnes da barriga primeiro e, em seguida, usando o facão novamente, separe a parte superior do corpo no nível da cintura. Remova completamente a vagina e o osso púbico e 2 a 4 polegadas de carne circundante. Em seguida, a parte inferior do corpo dividido em duas partes para o massacre final, sendo mais fácil de manusear em partes menores.


Em meninas menores o melhor é cortar as duas pernas na articulação do quadril e joelhos para cozinhá-las. A coxa pode ser assada, usada para fazer presuntos ou cortada em bifes. As nádegas farão dois belos assados ou também podem ser cortadas em bifes.


Retire os seios perto rente às costelas e reserve. Ainda deve haver um pouco de carne nos mamilos, se a pele foi removida com cuidado. Em seguida separe todas as costelas e depois remova todas as carnes de seus ossos.


Os músculos peitorais e das costas são bons para bifes e assados, e os braços e pernas para ensopados. Quaisquer carnes restantes devem ser moídos em salsichas ou hambúrgueres.


Um típico adolescente menina, vai produzir cerca de 60 quilos de carnes utilizáveis, órgãos, e salsichas.


Patê de fígado de menina


Fígado 2 colheres de sopa de amido de milho 1 jovem garota
1 - 1 /2 lbs ombro carne picada 3 oz Conhaque
1 cebola pequena 4 ovos inteiros
1 dente de alho 1 colher de sopa de sal
1 colher de chá de sálvia 1/2 colher de chá de pimenta


Moer todas as carnes e misturar com os demais ingredientes. Leve ao forno por 2 horas e meia a 350 graus F. Esfrie e sirva com crakers sem sal e caviar .




Mama com Vinho Tinto



Mama de uma garota de tamanho moderado
2 colheres de sopa de manteiga
2 latas de pedaços de tomate
2 xícaras de cebolas pequenas pérolas
4 cenouras , corte em fatias 2 talos de aipo em grandes pedaços
2 copos de vinho tinto
2 dentes de alho cortados ao meio
1/2 colher de chá de pimenta preta inteiros 1 pitada de Majoram e tomilho
1 folha de louro
2 colheres de sopa de manteiga derretida
sal a gosto 1 copo de caldo de carne


Refogar rapidamente o peito na manteiga em uma frigideira, apenas o suficiente para dourar. Coloque o peito em uma assadeira e despeje o caldo de carne e vinho sobre ele. Acrescente os tomates, cebolas, aipo temperos e cubra. Asse a 350 graus F, regando ocasionalmente até terminar, em cerca de 1h e meia a 2 horas.
Sirva o peito em um prato na diagonal em fatias com os legumes. Sirva o caldo como um molho para ser derramado sobre a carne.




Coração cortado ao molho Borgonha



Um coração de menina em fatias
1 xícara de cogumelos fatiados
1/4 xícara de cebola picada
1 xícara de vinho Borgonha
1/2 xícara de caldo de carne
sal e pimenta a gosto
farinha para engrossar


Refogue o coração cortado e os cogumelos em uma panela com caldo de carne, manteiga e cebola.
Adicionar o vinho e misture com o caldo. Adicione o sal e pimenta e adicione pequenas quantidades de farinha para engrossar o molho ligeiramente. Servir muito quente.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Akai Ito - O Fio Vermelho do Destino




Vc ja encontrou a sua metade? Não? Então leia com atenção

Qual a sua reação em saber que seu "destino" não lhe pertence e que você não passa de um marionete nas mãos de "deuses"?

Akai Ito ou fio vermelho é uma lenda chinesa, e de acordo com este mito os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão destinados a ser a alma gêmea um do outro. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, essas duas pessoas que estiverem interligadas irão se encontrar!

"Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se
Independentemente do tempo, lugar ou circunstância
O fio pode esticar ou emaranhar-se
mas nunca irá partir."

- Antiga crença chinesa

A lenda , desde então, também se tornou um mito popular na cultura japonesa e história fala sobre um fio invisível que é amarrado no dedo mindinho de duas pessoas que estão destinadas a viverem juntas para sempre. É como uma ligação espiritual que representa o amor eterno.

Há várias versões dessa lenda, mas uma das histórias que envolve a versão chinesa da lenda, consiste basicamente no seguinte:

"Um garoto estava caminhando para casa à noite quando ele se encontrou com um velho homem, Yue Xia Lao, descansando sobre a luz do luar (se acredita que Yue Xia Lao ou Yuelao é o deus lunar incumbido pelos casamentos). Este então lhe revela que o garoto está ligado a sua futura esposa por uma corda vermelha, e então mostra para ele a garota com quem está destinado a se casar. Por ser jovem e não ter interesse em se casar, o garoto pega uma pedra e atira com força na garota, fugindo em seguida para longe.

Muitos anos então se passam e o garoto agora já é um jovem homem, quando seus pais arranjam um casamento para ele. Na noite de seu casamento, quando ele vai encontrar com sua esposa no que seria o quarto deles, ela está lá sentada com um véu tradicional lhe cobrindo a face.

O jovem homem já sabia do fato de que sua esposa era conhecida como uma das mais belas mulheres do vilarejo, contudo, esta sempre vivia com enfeites em sua sobrancelha. Curioso, ele lhe perguntou o porquê de tal enfeite, e ela lhe respondeu que aquilo era porque, quando ela era jovem, um garoto atirou uma pedra nela, o que causou um corte profundo, deixando-a com uma cicatriz no local. Então, ela usava enfeites na sobrancelha para cobrir a cicatriz. Logo, a mulher nada mais era do a mesma garota que o Deus Yue Xia Lao havia lhe dito que seria destinada à ele, ainda na sua infância."

Mais uma versão:

Um homem estava descendo a montanha para visitar a mulher com quem ia casar, quando um senhor apareceu na sua frente e disse:

''Sendo do Meikai, posso ver que seu fio vermelho liga a outra pessoa. Você não está ligado a aquela que está indo encontrar. A pessoa pelo qual está ligado é aquele bebê.'' - disse isso apontando para um bebê que estava deitado no colo de sua mãe.

O homem ficou louco de ódio, porque amava sua noiva e mandou o seu criado matar o bebê, ateando fogo na casa em que o mesmo morava.

Porém como o homem e a sua noiva não estavam conectados, ele foi muito infeliz durante todo casamento, até que vem a se tornar viúvo. Haviam se passado vários anos e quando voltou a subir a montanha encontrou uma linda mulher e sem saberem o que tinham acontecido no passado, os dois se apaixonaram perdidamente e se casaram, descobrindo a felicidade que nunca teve. Por se amarem, e para não ter segredo o homem contou tudo o que havia feito no seu passado.

A jovem começou a chorar, e entre soluços disse:
- Aquela garotinha era eu, perdi tudo, meus pais, irmãos...  mas minha mãe me embrulhou em um pano molhado e me salvou. A verdade era muito dolorosa e resolveram se separar.

O velho na verdade era um deus conhecido como Xia Lao Yue, ficou muito triste com os dois, porque o amor era sincero.

Então, amarrou no tornozelo do homem e da jovem um fio vermelho,
na esperança de que os dois se encontrem novamente...

Há uma narrativa sobre o assunto que chama bastante atenção. Trata-se do relato de uma mulher, que apesar de não falar nada sobre da lenda em si, dá a entender que acredita, de certa forma, na veracidade da mesma.

"Hoje, eu fui para a cerimônia de graduação da minha irmã. Eu estava muito feliz por ter a chance de me encontrar com meus amigos, que também são meus ex-colegas de curso (minha irmã e eu estudamos na mesma universidade). Então, eu me encontrei com a “T”, que se casou no início deste ano e está grávida de seu primeiro filho. Ao vê-la, eu me lembrei da história de um outro amigo meu da minha época de Ensino Médio, “K”, que era apaixonado por “T” desde o ginásio. Ele me disse que ele tentava conquistá-la desde então, mas ela nunca viu nele algo mais do que um amigo. Os anos se passaram e ele ainda continuava esperando por ela. Daí como todos nós tomamos nossos próprios caminhos, eu acabei não escutando mais nenhuma noticia sobre “K”. Enquanto eu continuava caminhando com a minha irmã, eu acabei encontrando com “T” de novo, e ela estava com seu marido, que para minha grande alegria era o “K”! Não importa o quão longa foi a espera, pelo jeito “T” estava mesmo destinada a ser sua “Akai Ito” (linha vermelha). Eu desejo para ambos o melhor em sua vida de casados e que estes abracem o novo mundo da paternidade."

Os fios não determinam quando e onde a metade será encontrada, diz que apenas será encontarda. Pois, o destino vai unir os dois, mas as duas partes vão fazer o possível para se encontrar. Não importando o tempo que leve. E a distância jamais vai separá-los, por estarem unidos por algo mais forte, que nunca se parte.

Vale ressaltar que uma pessoa somente pode estar conectada a uma outra pessoa por vez, pois não há como uma mesma pessoa possuir duas ou mais almas gêmeas ao mesmo tempo, a cada um está reservado apenas um destino...

Deixo agora a pergunta que o amigo Victório Anthony fez:

No Japão costuma-se dizer que casais destinados a se amar possuem uma linha vermelha ligando-os, amarrada no dedo mindinho, que apenas pessoas especiais podem ver. Se você pudesse ver essa linha e encontrasse a pessoa destinada a você, como você reagiria?








O Jogo Mais Difícil


"Quando a mãe de Isaac começa à ouvir a voz de Deus pedindo que um sacrifício fosse feito para provar sua fé, Isaac escapa para o porão, encarando multidões de inimigos desordenados, irmãos e irmãs perdidos, os seus medos, e, eventualmente, sua mãe."

A história do jogo é basicamente o que é dito na sinopse, Isaac, o protagonista, escapa para o porão através de um alçapão que ele nunca tinha percebido em seu quarto, depois que a mãe dele pega uma faca de cozinha e violentamente tenta quebrar a porta, para então poder arrancar sua vida e provar a fé para Deus.
O foco do jogo não é na história, pois ele só possui mesmo essa backstory, e vários aspectos religiosos, como nome de personagens, de itens, e também até de alguns chefes e mini-chefes. Porém é um jogo extremamente difícil e aleatório e ele fica cada vez mais difícil ou fácil dependendo do jogador chegando a etapas que você desbloqueia fazes como Dungeons dentro do útero da mãe de Isaac!

Ele recentemente teve uma atualização para Binding of Isaac: Wrath of the Lamb

Clique e confira o vídeo da nova atualização:
https://www.youtube.com/watch?v=ZTn4dMrw8-g