sexta-feira, 4 de julho de 2014

Creepy do liker: Açucar na Mente

-MÃE! – gritei – QUERO COMER AÇÚCAR!
-Filha, mas você já comeu suas guloseimas!!
-EU QUERO MAIS!
Ela pegou o pote de doces e balas e pôs em cima da geladeira, para evitar que eu os pegasse.
-Chocolate? E o chocolate mãe??
Ela negou com a cabeça, pegou todos os chocolates perto de mim e os levou para a geladeira, para que não derretesse. Abaixei a cabeça e comecei a implorar pelas guloseimas açucaradas.
-Filha, não vou te deixar. Isso está se tornando pior que maconha, está louca? Toda vez que eu te dou, você pede mais e mais, e fica mais hiperativa!
-Mas mãe... eu gosto de doces...
-Agora que é Halloween, você vai ter mais doces para dividir com seus amigos e...
-O que é dividir? Dar meus doces àquelas pessoas? Nunca mesmo.
Ela suspirou e disse: -Okay filha, vá procurar mais doce, mas coma um pouco a cada dia, entendeu?
-Yeeeeeey! – saí correndo, sem agradecer ou algo do tipo.
Estava frio lá fora, e eu estava com um lençol branco e cachecol em volta para me esquentar. Muitas crianças mais novas que eu estavam fantasiadas de fantasmas, lobos e vampiros. Eu tenho 16 anos, e nunca perdi o costume de ir de casa em casa, e pegar uns doces. Quando a reserva de açúcar é pouca em meus bolsos, eu costumo assombrar as crianças para pegar os doces delas.
*toc toc toc* “Quem é?” – perguntou a voz dentro da casa.
-Eu sou a fantasma açucarada, e vim levar todos os seus doces para o meu cemitério! – eu gritava.
Assim que a porta se abriu, saiu uma velhinha muito baixa e com cara de impaciente. –Você aqui? Já não está velha para receber doces não?
-E você? Você tá com cara de múmia, bela fantasia, huh.
A velha, irritada com a minha piada, bateu a porta na minha cara. –Ao menos, me dê alguns doces, senhora! – eu pedia, sem retorno.
Continuava a ir de casa em casa, mas os donos pareciam me excluir. Não estavam me dando doce algum, e isso estava me deixando pirada. As crianças que me viam pedir doces riam de mim, como se eu fosse palhaça.
-Qual a graça? – eu perguntava.
-Você tem 16 anos e está pedindo doces, essa é a graça! – eles respondiam.
-E qual o problema disso?
-Você não tem mais idade pra isso! Hahaha
Minha vontade era de assombrar a vida deles. Os doces eram para ser meus.
Estava noite já, 8 horas mais ou menos, quando tive a ideia: “Se quanto mais sustos eles levam, mais doces eu ganho... então vou assustá-los pra valer!” Pensei nisso, e voltei para casa. Coloquei um casaco verde, coloquei sangue falso em toda minha roupa e procurei uma faca falsa para assustá-los. Mas, infelizmente, não encontrei-a, e meu tempo estava acabando. Fui para cozinha e peguei o facão da mamãe, colocando no bolso. Corri para fora, batendo novamente de porta em porta.
*toc toc toc* “Quem está aí fora?”
-Sou eu, a Açúcar assassina, e estou aqui para levar seus doces!!
O rapaz dentro de casa abriu a porta e disse: -Você de novo? O que quer aqui?
-Quero doces.
-Você já tá muito crescida para isso – ele disse, enquanto colocava o pote de doces de lado – Por que não tenta doar seus doces, hein? Vai ser mais legal e-
-NUNCA! – eu empurrei-o para o lado, indo em direção dos doces.
-Não se aproxime dos doces, garotinha.
-D-D-DOCESS!
Ele tentou me segurar pelo braço, mas peguei a minha faca – inconscientemente – e ergui-a sobre sua cabeça. Ele logo me soltou e disse: - F-fique com os do-doces... Por favor, mas não me machuque...
Eu sorri de alegria, peguei o pote e sai correndo, rindo que nem retardada pela rua. Me escondi em uma moita e comecei a devorar todos os doces, insanamente.
-Dooooooces.... eu quero mais doces... – saí da moita e fui em outra casa, para pegar mais doces. Dessa vez, sem sucesso. A dona de casa não saiu, e tive de tomar medidas mais práticas.
Peguei uma pedra e arremessei contra a janela. Entrei na casa, com alguns cortes por causa do vidro quebrado e comecei a dizer: -DOCES.... OU GOSTOSURAS.
-Mas... não são doces ou travessuras?... – a dona perguntou.
-Se você gosta de travessura, aqui vai uma – peguei a faca e cortei seu pescoço. Me dirigi para a geladeira dela e levei todos os doces que pude.
As crianças que estavam na rua me viram pela porta aberta, e correram para se esconder.
Devorei todos os doces que estavam em minhas mãos e fui procurá-las.
-Cadê vocês? – eu parei após ouvir um graveto quebrando – Sinto cheiro de doces.
Pulei atrás do grande poste e finquei a faca no olho de uma criança, pegando os doces que ela deixara no chão. E repeti o processo com as outras crianças que estavam rindo de mim.
Voltei para casa, com muitos, muuuitos doces.
-Filha? Se divertiu lá fora? – ela olhou para mim e ficou paralisada – Fi-filha... está... tudo bem?
-Olha mãe! Muuuuitos doces! Tá vendo esse vermelho em mim? Tem gosto de 7 Belo.

Por: Bia

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